A Rádio que é Tudo de Bom!

(17)3542-2510

Social

Empresas terão de incluir raça e etnia nos registros administrativos

Medida foi publicada nesta segunda-feira no Diário Oficial

Empresas terão de incluir raça e etnia nos registros administrativos
Use este espaço apenas para a comunicação de erros nesta postagem
Máximo 600 caracteres.
enviando

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou e publicou a lei que, ao alterar o Estatuto da Igualdade Racial, prevê a inclusão de informações sobre raça e etnia de trabalhadores nos registros administrativos de empregados dos setores público e privado.

Segundo o governo federal, a nova lei representa “um importante passo na promoção da igualdade étnica e no combate às desigualdades sociais resultantes do racismo”.

Publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (24), a Lei 14.553/23 prevê, ainda, que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) faça, a cada cinco anos, pesquisa para mensurar o percentual de ocupação desses segmentos no setor público.

Com essas mudanças, o governo pretende “produzir informações que permitam superar estigmas raciais na sociedade brasileira”. Em nota, o Palácio do Planalto acrescenta que, ao conterem campos destinados a identificar o segmento étnico e racial do trabalhador, os registros administrativos poderão subsidiar a implementação de políticas públicas.

Durante as celebrações do Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, o governo anunciou a decisão de destinar um mínimo de 30% dos cargos em comissão e funções de confiança da administração federal a pessoas negras.

Dados

Codiretor executivo do Aqualtune Lab – coletivo jurídico pautado no estudo e elaboração de propostas que comportam a análise das inter-relações entre direito, tecnologia e raça –, Paulo Rená da Silva Santarém avalia como “absolutamente salutar” a percepção do governo, de que, “para que se possa fazer uma política pública de superação da questão do racismo estrutural no Brasil, é necessário que haja dados empíricos confiáveis que possam embasar essas políticas públicas”.

Segundo ele, certamente terá casos em que haverá divergências entre declaração e registro, com pessoas pardas sendo declaradas negras ou mesmo pessoas brancas sendo declaradas como pardas. “Mas isso será uma outra questão, que envolve o como fazer esse registro", disse à Agência Brasil. No entanto, a produção desses dados permitirá “objetificar” esse ponto da luta em favor da Igualdade racial.

“Uma vez produzidos os dados, poderemos aumentar a confiabilidade deles a partir da revisão dos métodos; dos questionamentos sobre como eles foram produzidos, coletados e armazenados. E sobre quais cuidados serão necessários na guarda e no tratamento dele; bem como sobre como eles vão ser comunicados ao governo”, acrescentou.

“Mas é um ótimo início. É um dado absolutamente necessário que, na verdade, vem tarde. Esse tipo de dados já deveriam ter sido produzido há anos, para tirarmos da invisibilidade o racismo que ainda estrutura nossas relações sociais, inclusive nas relações de trabalho, tanto no setor público quanto no setor privado”, complementou.

Santarém diz ser fácil perceber o racismo nos ambientes de trabalho. Para tanto, diz ele, basta a qualquer pessoa observar em volta e perceber onde estão as pessoas negras e onde estão as pessoas brancas.

“A ausência de pessoas negras em cargos de comando é evidente, mas sem os números a gente fica limitado a uma percepção pessoal individual. Eventualmente há situações excepcionais, mas o que se demonstra em vários aspectos, nos poucos dados que se em produzido, é que se não há uma política deliberadamente antirracista, o racismo se manifesta automaticamente”.

FONTE/CRÉDITOS: Agência Brasil

Nossas notícias no celular

Receba as notícias do Esperança FM no seu app favorito de mensagens.

Telegram
Whatsapp
Entrar

Veja também

Envie sua mensagem, estaremos respondendo assim que possível ; )